corte errado
Entrevista com a modelo que se tornou queridinha das passarelas do SPFW, depois de erro no corte do cabelo
quarta-feira, outubro 21, 2015Ari Westphal acabou de chegar de Paris e já está voltando para a cidade luz, mas não antes de encantar a todos na temporada de inverno 2016 do SPFW. A capixaba de 21 anos começou aos 18 os seus primeiros passos na carreira de modelo, sendo que esse não era o seu plano inicial. O modo preciso de conversar revela dois anos de uma faculdade de direito no currículo e a vontade de entender o mundo, que pode ser representada pela vontade de estudar história, antropologia e sociologia. "Quando eu deixar de ser modelo, penso em morar em uma casinha no interior, em contato com a natureza ou na praia", contou para a ELLE durante o backstage da Iódice nesta terça-feira (20.10).
Abrindo o desfile de Alexandre Herchcovitch
Os olhos castanhos bem esverdeados chamam atenção, mas foi um corte de cabelo, que inicialmente tinha dado errado, o responsável pelo boom da new face. Confira mais sobre ela, que já está sendo cotada como o rosto mais forte desta temporada:
Todo mundo quer saber sobre o seu corte de cabelo. Como foi essa história?
Em julho, fui cortar dois dedos e acho que o cabeleireiro acabou entendendo 12. Ele deixou mais comprido na frente e repicou atrás, e como eu tenho muito cabelo, ficou bem estranho. Eu não podia prender, não dava para fazer nada. Fiquei desesperada, estava com passagem marcada para ir para fora! Fiquei uma semana sem sair de casa porque não queria ficar ouvindo "nossa você cortou o cabelo".
E como surgiu o corte atual, que está fazendo tanto sucesso no SPFW?
A minha agência me indicou de última hora um cabeleireiro em Belo Horizonte para consertar o erro do outro. Só que eu estava com um botox capilar, já que sempre me pediram para eu usar o cabelo liso. Não gosto de química muito forte, como progressiva, então fazia uma coisa bem fraquinha, só para ajudar na hora de escovar o cabelo. Quando viajei, não conhecia nenhum salão, não sabia como eram as coisas lá fora e acabei deixando meu cabelo ficar natural, cacheado mesmo, e, no final, todo mundo começou a gostar. Eu estou amando, achei que ficou muito único.
Existe mesmo uma tendência dos desfiles apostarem no cabelo mais natural. Aconteceu na Versace lá fora, no Alexandre Herhcovitch aqui, e na Lilly Sarti, ontem. Você também percebeu isso?
Com certeza. Nesta última temporada internacional, as modelos usaram muito cabelo curto. Antes você via mais as meninas negras, mas agora não, todas estão aderindo. E, claro, ele natural também. A maioria dos desfiles que fiz lá em Paris não mexeu muito no cabelo das meninas, só criavam uma textura leve. Eu acho superlindo, a beleza natural é única. Não ficar todo mundo igual, com cabelo alisado, é muito interessante, já que cada um é bonito do jeito que é. A moda hoje está vendo isso. Antes, eles só pediam cabelo liso partido no meio e agora cada um tem o seu estilo. Quem tem o cabelo liso está cortando franja, repicando, ou deixando liso mesmo, do jeito que elas mais gostarem.
E como foi a experiência na temporada de Paris?
Foi o meu primeiro grande evento. Fiz sete desfiles, e fui semi-exclusiva da Chloé, só podia pegar trabalhos que fossem depois dessa apresentação. Foi também o meu desfile preferido. A energia era muto positiva, a estilista queria que a gente desfilasse como se tivesse acabado de acordar, toda zen, com a energia lá em cima. Durante todos os momentos do desfile ninguém gritou, foi tudo muito calmo e passaram essa calma para as modelos. Então, quando eu entrei na passarela - foi o meu primeiro desfile -, eu estava muito calma. Gostei bastante de fazer Vivienne Westwood também. Aquela loucura toda, ela é superelegante, educada. Você acha a pessoa bonita pelo trabalho dela, mas quando conhece é ainda melhor.
Desfiles para Sonia Rykiel, Acne Studios e Chloé, na temporada parisiense de verão 2016
Seu estilo também está sendo bastante comentado. Você pensa bastante antes de se vestir?
Na verdade, eu enjoei de roupa de casting, de modelo. Aquele uniforme que é sempre calça skinny, uma blusa regata preta ou branca e um salto preto. Estou tentando usar mais meu estilo. É claro que eu não posso chegar a um casting com um vestido todo esvoaçante, hippie, porque não vai dar nem para ver meu corpo, mas tento misturar o grunge, o rock, os anos 1970, que eu gosto bastante, com peças vintage. Gosto muito de comprar em brechó porque acho que é algo único, ninguém mais vai ter. A ideia é mostrar minha personalidade nas roupas.
Além de desfilar você também acompanha tendências?
Eu acompanho moda, gosto de ver, de estar por dentro, mas, na hora de me vestir, acho que prefiro tudo do meu jeito.
Você tem algum trabalho dos sonhos dentro da moda?
Desfilar para Karl Lagerfeld, na Fendi, na Chanel... Acho que desfilar para eles ou fazer uma campanha muito grande. Ser reconhecida pelo seu trabalho é muito importante. Quando você percebe que as pessoas estão gostando, você fica mais animada.
Fala-se muito das modelos que arrasam no Instagram, como Kendall, Gigi e Karlie. Qual é a sua relação com as redes sociais?
Elas ajudam muito. Eu não tenho essa de "odeio quem posta isso", "acho cafona quem posta aquilo". Tento postar o que eu gosto: praia, natureza, família, moda, o meu trabalho. Quero mostrar no meu Instagram quem eu sou. Você também conquista as pessoas pelo seu jeito, pela sua personalidade. A modelo também precisa fazer a imagem dela. Acho muito importante usar as redes sociais como meio. Não é só o booker que tem que fazer a imagem da modelo. Alguém pode falar "ah, quero fazer um trabalho com a Ari. Vou abrir o Instagram para ver quem é ela. Qual é a personalidade dela? Será que a personalidade dela é forte? Será que eu vou gostar?". Nós temos, sim, que construir nossa imagem nas redes sociais.
Pesquisado em: mdemulher.abril.com.br
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